quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ai que saudade do arroz da vovó!

Quando eu era pequena, contava os dias para chegar a terça-feira!

Porque? Era dia de feira... e sabe o que isso significava? Que a vovó ia comprar peixe fresco e fritá-lo pra mim! Toda semana era a mesma coisa e essa rotina não me chateava nem um pouco! Eu adorava peixe frito e mamãe não fazia aqui em casa... dizia que sujava o fogão, deixava a cozinha cheirando a fritura, a casa fedendo a peixe...

Vovó não se importava com isso, minha cara de felicidade era a sua recompensa por aquela trabalheira toda! A fecilidade dela era me ver repetindo a comida 2, 3 vezes... coisa de vó né? Acha sempre que a gente está se alimentando mal... se eu fosse na onda dela tinha virado uma bolinha (opaaaaa, tive uma fase bolinha na minha vida! e vovó achava o máximo, claro! pra ela era sinal de saúde! e QUE saúde que eu tinha... rs)!

Sempre fui fissurada em arroz e não existe no mundo um que seja melhor que o da minha avó! Mamãe já tentou fazer igual ao que a vovó fazia, eu já tentei, já comi o arroz de outras 300 pessoas e não adianta: o da vovó é o melhor e ponto final! O segredo? Nunca descobri! Dizia ela que era o tal jornal que ela embrulhava a panela até dar a hora de servir. Mas onde já se viu jornal ser segredo de culinária? Acho que o segredo era o amor... e não, não estou falando do tal "sazon"! Amor mesmo, carinho, aquele capricho todo para fazer uma comida gostosa pra netinha!


Hoje vovó tem 86 anos e mora comigo. Ela está ótima pra idade dela, lúcida, sem nenhuma doença, vai sozinha na casa das amigas, faz a caminhada matinal dela, vai à Igreja... só que agora ela não cozinha mais e consequentemente, não tenho mais o melhor arroz do mundo e nem o peixe fresco comprado na feira.

O que não mudou nunca foi a tentativa de me fazer comer de manhã; e todo dia eu escuto o mesmo discurso: "- Não vai tomar um café? Não quer nem comer um biscoitinho?". E sim, escutar isso todos os dias, a alguns anos me cansa! Aliás, a convivência cansa, a paciência algumas vezes se esgota...

O pior de tudo é ter a certeza que um dia eu vou sentir falta da pergunta irritante matinal... assim como eu sinto do arroz mais gostoso do mundo!




Vó Júlia com meu sobrinho Paulinho!

4 comentários:

Fernanda Barcellos disse...

oiii
Seja bem vinda ao meu blog.

Pois é, nós, os sensíveis, sofremos com isso...vivemos sempre nos extremos. Tudo é agravado...é muito, é intenso!!hehe

p.s.: Saudade da minha vó...fazia uma comida maravilhosa e me dava colo quando eu precisava..rs

Beijos meus e muita luz

Renata Fagundes disse...

ahhh comidinha de vó é incomparável, insubstituível..rs

minha filha se chama Júlia :D

Adorei!!!

beijos cintilantes

Anônimo disse...

Carlinha ,

Você com saudade do arroz da vozinha, e eu , com saudade
da comidinha da minha mãe ...


Meu Deus , que me dera poder matar essa saudade...


Obrigada por sua presença , adorei !


BjO grande !

LARISSA MIRANDA disse...

Sabes que a falta depois vai ser enorme.. Agora entendo porque tu disse que se identificou com o meu blog. Pois é.. Uns dias depois de eu fazer aquele texto para a minha avó, ela faleceu, como se fosse uma despedida. Mas vejo que a tua ainda tem muita vida pela frente. Muitas felicidades pras duas, ela é linda!
Beijo no coração.